No dia 9 de outubro o ex-beatles John Lennon, se fosse vivo, completaria 70 anos. O jovem rebelde nascido em Liverpool, região norte da Inglaterra, conquistou o show business na fase áurea do ‘rock and roll’ e da indústria fonográfica, e acabou desbravando uma militância política anti-racista e anti-bélica que não se repetiria na indústria cultural com tamanha verdade. Além disso, ele ajudaria a construir a própria imagem, como uma das lendas do mundo musical.
O destino de um garoto do subúrbio, filho de um lavador de pratos que vivia embarcado nos navios turísticos, e de uma jovem mãe um tanto transgressora para a época, por não se ligar muito na tríade tradição, família e propriedade, não poderia ser muito imprevisível. O pequeno John Winston Lennon – o nome do meio era uma homenagem ao premier britânico Winston Churchill, que ele substituiria em 1968 pelo sobrenome Ono, da esposa japonesa – acabou criado por uma tia, antes mesmo que sua mãe morresse atropelada por um policial bêbado, quando ele ainda tinha 17 anos. Ele, só reencontrou o pai depois de adulto, quando já era rico e mundialmente famoso. Os dois n unca se entenderam, John o sustentou até que tivessem uma briga violenta e definitiva em 1970, efeito da Terapia do Grito, que John frequentava sob os cuidados do doutor Arthur Janov.
Talvez, o mais importante de ser lembrado, fora o sucesso dos Beatles, a inovação estética lançada a partir do álbum “Sargent Pepper`s, em 1967, mérito um tanto maior de Paul McCartney, é verdade – deve ser o papel especial ocupado por John como artista integral, o homem de vanguarda, o que naquele tempo significava um encontro entre a atividade pública do criador e o seu posicionamento político diante das transformações do mundo contemporâneo.
BIOGRAFIAS
Em 2009, tivemos no Brasil pelo menos dois produtos realmente interessantes que ressaltam esse aspecto. O filme “Os EUA vs. John Lennon”, documentário de David Leaf e John Scheinfeld, que aborda o envolvimento profundo de John e Yoko com grupos de ativismo político nos Estados Unidos, o que, segundo a hipótese do filme, teria concorrido para a expulsão de John da América e – fica no ar – para seu assassinato, em 1980. O filme traz o depoimento de figuras tão importantes para o cenário político que contornou o polêmico governo de Richard Nixon, como o romancista paquistanês Tariq Ali, o cientista social Noam Chomsky, os ativistas Angela Davis e John Sinclair (ambos agraciados com canções de protesto de John e Yoko), Bob Seale, fundador dos “Panteras Negras”, movimento americano precursor nas causas anti-racismo, e Jerry Rubin, fundador do Partido Internacional da Juventude.
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